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Resumo E3 2010: Conferência da Microsoft (post copiado do baixaki jogos!!!)



By  Brunão     10:16    Marcadores:, 
Quem assistiu à conferência de ontem encontrou uma Microsoft em cima do muro. De um lado, a contemplação do público “hardcore” com títulos de peso como Gears of War 3, Call of Duty: Black Ops e Codename: Kingdoms — título inédito fruto de uma parceria com a Crytek. De outro, o tremendamente alardeado Project Natal, que agora se chama Kinect e — quem diria? — realmente será um prato cheio para um público menos interessado em armas do que em manter a boa forma, dançar e jogar mini games tremendamente simples.

A impressão que ficou é de uma empresa que não quer largar o osso, mas também percebe que o “jeito Nintendo de ser” é uma tendência que veio para ficar. Dessa forma, mesmo correndo o risco de ser um tanto reducionista, é impossível deixar de comparar o Kinect com uma espécie de “Wii sem controles”.

Senão, basta fazer a checagem: jogos simples beirando o nonsense? Checado. Títulos focados em fitness? Checado. Qualidade gráfica relegada a um segundo plano? Checado. Diversão substituindo qualquer necessidade de precisão? Bem, aparentemente, checado.

Tudo bem, de fato, não parece existir nenhum problema no fato de uma empresa do porte da Microsoft apostar ao mesmo tempo em dois nichos dentro dos games. O problema é que parece ter faltado mesmo a menor ligação entre a Microsoft “hardcore” e a Microsoft “casual”.

A heterogeneidade entre os aplicativos trazidos pela nova dashboard — como a ótima integração com o canal de esporte ESPN, coisa que nós dificilmente veremos por estas paragens —, os jogos casuais da família Kinect (Kinectimals, Kinect Adventures, etc.) e títulos peso pesado como Gears of War 3 foi demasiadamente evidente.

Um ponto de junção entre a coisa toda? O anúncio do novo modelo Slim do console, que traz, pelo mesmo preço, um Xbox 360 com HD expandido e Wi-Fi integrado. Mas, enfim, vamos aos principais pontos de uma das conferências mais aguardadas da E3.

Microsoft hardcoreQuando precisão e franquias consagradas ainda têm vez
Túneis claustrofóbicos e um helicóptero de guerra

Se você acompanhou a cobertura do Baixaki Jogos desde o início ontem, provavelmente deve ter se deleitado com os novos detalhes de Call of Duty: Black Ops. De fato, a franquia parece mais realista e imersiva do que nunca, encontrando cenários detalhados e jogabilidade aprimorada nas mãos da Treyarch — mesma responsável por World at War.

Na demonstração, o protagonista atravessa os típicos túneis claustrofóbicos feitos por vietnamitas, no Laos — país fronteiriço ao Vietnã. Logo em seguida, o que muita gente esperava: é hora de controlar um helicóptero de combate Hind, destruindo algumas pontes para dificultar o trânsito de tropas inimigas.


O vídeo foi um tanto curto, é verdade. Mas foi possível perceber que a Activision realmente anda apostando alto no potencial comercial de CoD. Por fim, a promessa de exclusividade temporária para o Xbox 360 de quaisquer DLCs (conteúdos para download) liberados para o game — o que, cá entre nós, não surpreendeu.

“O que você vai cortar? A lâmina está em suas mãos!”

Chegou a hora de ver um pouco mais de Metal Gear Solid: Rising. Para tanto, Hideo Kojima sobe no palco... E Hideo Kojima desce do palco — com seu inglês sofrível, o mestre de MGS apenas anunciou o produtor do jogo, Shigenobu Matsuyama. Algo é dito sobre o estilo zan-datsu, algo como “cortar e pegar”, e uma melancia é sumariamente executada.


Também foi possível ver o protagonista Rayden — o mesmo de Metal Gear Solid 2 — destruir uma criatura cibernética, para em seguida arrancar sua coluna vertebral aparentemente feita de neon. Por fim, é enfatizada a possibilidade de se cortar qualquer coisa entre inimigos e objetos de diversas formas diferentes. A impressão mais forte da demonstração? Francamente, o fato de MGS finalmente encontrar seu caminho até o Xbox 360.

Momento Cliff Bleszinski

Em seguida, é a hora de Cliff Bleszinski, diretor de design da Epic Games, subir ao palco. É hora de conhecer um pouco mais de Gears of War 3 — aparentemente, sem problemas de agenda com Justin Bieber desta vez. Sim, existem novos “locust”, e se mantém o clima frenético dos jogos anteriores: a todo o momento algo está desabando, explodindo ou tentado agarrar o seu pé.


Mas, inegavelmente, ponto alto foi a demonstração da jogabilidade cooperativa para até quatro jogadores. Embora a visão tenha ficado apenas em Bleszinski durante todo o tempo, a integração entre os jogadores e o mundo de jogo salta à vista. E há ainda uma nova facilidade: agora é possível trocar armas com os companheiros de equipe. Vai um destaque também para o Berserker Lambent, mutação do famoso monstrengo que aparece no primeiro título.

Peter Molyneaux: “é uma revolução!”

Agora você será um monarca, e o poder traz consigo responsabilidades, é claro. Alguma outra novidade? Bem, depois do trailer apoteótico, resta apenas a data de lançamento de Fable 3: 26 de outubro. Pois é. Nenhuma demonstração da nova faceta tática do jogo, e também nada a respeito dos rumores sobre uma possível integração com o Twitter.


Nova parceria com a Crytek

Outro jogo que permanece na penumbra. Afora o nome provisório — Codename: Kingdoms — e a parceria com a Crytek, restam apenas alguns visuais estilo Gladiador. Aguarde novos detalhes.

“O jogo mais ambicioso da Bungie”

Talvez o momento mais apoteótico da conferência seja mesmo Halo: Reach. Afinal, trata-se do “jogo mais ambicioso da Bungie”, segundo um representante da desenvolvedora. Os visuais estão realmente de tirar o fôlego, mostrando ambientes abertos detalhados, aos quais você provavelmente prestaria atenção se os inimigos não estivessem despencando feito estrelas cadentes.

De fato, Reach não apenas traz gráficos melhorados em relação a Halo 3, mas também em relação à versão beta — cuja prévia você deve ter conferido aqui no Baixaki Jogos. Além disso, fica o espaço como a última fronteira: um foguete é lançado em uma sequência de animações de encher os olhos.

Microsoft casualNinguém resiste ao “jeito Nintendo de ser"
Enfim, é chegado o momento mais aguardado da conferência: a apresentação do Kinect, outrora Project Natal. Os discursos empolados já eram previsíveis, é claro: uma “revolução para todo o seu entretenimento”, pode ser isolado como o mote principal do novo aparato para o Xbox 360.

Filmes, esportes e conferências

Não, a nova câmera leitora de movimentos do Xbox 360 não serve apenas para os jogos casuais. Conforme a empresa já vinha afirmando há algum tempo, a ideia era proporcionar toda uma nova gama de possibilidades. A primeira delas vem na forma da renovada dashboard do console.

Mas, primeiro, é necessário “logar” e assumir o controle do seu avatar. É claro que a extravagância do novo aparato não pediria para você apertar obsoletos botões: basta acenar para a câmera ostensivamente, e você está no sistema — talvez um dos poucos momentos em que a precisão do Kinect não tenha feito muita gente torcer o nariz.

Em um elo central da dashboard aparecem o Zune, player de músicas e vídeos da Microsoft, a rádio online Last.fm e também, é claro, o Facebook. Para controlar a coisa toda, comandos de voz: “Xbox, pause!”; “Xbox, play music!”; “Xbox, stop!”. Durante vídeos e músicas, basta utilizar as mãos para controlar o andamento e escolher trechos específicos.

Outro ponto alto foi as videoconferências. Aqui, até quatro consoles podem se conectar simultaneamente em uma sala de bate-papo que conta ainda com a possibilidade de compartilhar conteúdo como vídeos — interessante e funcional, não há como negar.

Isso sem falar da integração com o canal de esportes ESPN, com replay acionado por voz e avatares torcendo pelo seu time, enquetes e trivias. Entretanto, em relação a essas funcionalidades, fica a pergunta inevitável: que parcela disso tudo vem para o Brasil? Quer dizer, a própria Live ainda é novidade em terras tupiniquins, e alguns dos serviços listados são notórios por não contemplar a América do Sul. É esperar para ver.

Família Kinect

Sem dúvida um dos momentos mais casuais de toda a conferência. Quer uma prova? Ok, é só pegar Kinectimals, espécie de tamagotchi em que o fundo cinza é substituído por uma floresta verdejante, e o seu amistoso alienígena dá lugar — pelo menos nessa demonstração — a um tigre. A demonstração mostrou uma menina brincando com o tigre, acariciando o “singelo” animal, se escondendo e fazendo o desajeitado tigre pular cordas. Enfim, tem coisas que só a Nint... é... Microsoft faz por você.

No mais, Kinect Adventures é uma agremiação de mini games simples no melhor estilo Wii, onde é possível descer as corredeiras pulando sobre trechos de terra e deslizando sobre nuvens. Já Kinect Sports mostrou uma prosaica corrida com obstáculos: a ideia é sapatear no chão o mais rápido possível — o Wii Fit já não havia feito isso? Outras demonstrações trouxeram ainda boxe, pingue pongue, boliche, etc.

Tudo bem, esportes, diversão descompromissada para toda a família, etc. Mas o que dizer de Kinect Star Wars? Se você acreditava que seria o primeiro flerte do Kinect com um público mais “hardcore”, esqueça. A demonstração foi de doer: um poderoso Jedi segue simplesmente rebatendo raios laser, enquanto movimenta-se sofrivelmente para destroçar alguns stormtroopres. Enfim, uma parceria com a LucasArts... E nada além disso.

No mais, Joy Ride, um jogo de corrida com homenzinhos cabeçudos — familiar? —, é melhor praticado longe dos olhos de qualquer psiquiatra. Leve as mãos para o ar para segurar um volante que não existe; jogue as mãos para frente para ativar um boost de velocidade; execute manobras chacoalhando o corpo. Divertido, mas inegavelmente casual.

Third Parties e o Kinect

A conferência da Microsoft ainda trouxe ainda alguns detalhes das primeiras Third Parties a investir no Kinect. Além da temerária parceria com a LucasArts, foram demonstrados ainda Your Shape: Fitness Evolved, da Ubisoft, e Dance Central, da Harmonix. Em relação ao primeiro, cabe aqui uma redução sem muito exagero: trata-se de um Wii Fit com algumas melhorias... E sem controles.

Na verdade, a demonstração de Fitness Evolved serviu também para deixar muita gente com a pulga atrás da orelha. Isso porque a falta de sincronia entre os movimentos da representante e os do modelo — uma massa laranjada disforme e tosca que provavelmente ainda vai dar o que falar — ficou bastante evidente. Mas, de qualquer forma, trata-se de suprir uma necessidade óbvia no Xbox 360; de outra forma, a hegemonia da Nintendo continuaria, certo?

Já a demonstração de Dance Central convenceu um pouco mais. Todos os movimentos do jogo — são mais de 600 no total — foram criados por coreógrafos profissionais, o que, entretanto, não torna nem um pouco complicado seguir os esboços exibidos na tela. Enfim, simples, potencialmente divertido e ainda com uma vantagem: como a leitura dos movimentos não projeta a sua imagem (com atraso) na tela, a falta de sincronia do Kinect fica perfeitamente escondida.
Mas a conferência ganharia ainda um ponto alto. Em um dado momento, é demonstrada uma Ferrari misteriosa que — adivinhe? — pode ser controlada com um volante invisível: assim como em Joy Ride, basta levantar os braços e mover como se fosse um volante. Extraoficialmente, há quem tenha visto o logo de Forza Motorsport... Sim, isso pode ser interessante.

Enfim, a conferência da Microsoft demonstrou o reconhecimento tácito da empresa — notória por seu suporte a jogadores mais “hardcore” — de que focar no público casual é mesmo a única saída. Aliás, uma tendência endossada também pela Sony em sua conferência. Embora o Kinect não tenha exatamente “roubado o show”, é inegável que uma nova forma de se jogar video games, uma forma que se avizinhou com o Wii, começa agora a se consolidar.



Fonte=baixakijogos  (não modifiquei nada nem expressei minha opinião pois estou sem tempo )

About Brunão

Viciado em filmes, séries e livros, estudante de Adminisração nas horas vagas!
Acima de tudo um ser humano esperançoso! Tenho fé em Star Wars VII e Warcraft